O Benfica venceu hoje na Luz o Braga por 2-1, num jogo onde estava obrigado a vencer. Num já típico resultado dum Benfica-Braga dos últimos anos (ou é 1-0 ou 2-1) a vitória chegou só no tempo de compensação, num remate colocado do pequeno barril brasileiro Bruno César.
Os treinadores não se preocuparam com surpresas para este jogo. Jesus não inventou, colocou Miguel Vítor e Capdevila nos lugares dos indisponíveis Jardel e Emerson, e para o lugar de Aimar fez entrar Rodrigo. Leonardo Jardim, comparativamente com os últimos jogos, apenas trocou Paulo César por Alan, que já vinha sendo guardado para este jogo, onde inexplicavelmente não conseguiu “sacar” nada.
Uma primeira parte na qual Custódio conseguiu queimar muitas jogadas do Benfica lendo bem o jogo e antecipando-se, na qual Witsel, Rodrigo e Bruno César iam aparecendo em zonas de perigo mas nunca conseguindo dar a melhor sequência às jogadas e na qual Miguel Vítor disse sempre presente, mostrando-se sereno, concentrado e dando bem conta, na maioria das vezes, do irrequieto Lima. O Benfica ameaçou o golo num remate de Rodrigo e noutro de Maxi Pereira, mas a melhor ocasião da primeira parte foi mesmo do Braga – Mossoró rematou para boa defesa de Artur, após um bom trabalho de Alan na direita.
Ao intervalo, o 0-0 acabava por se ajustar face ao que as equipas produziam. O Benfica tinha muita bola, mas nunca conseguia combinar bem no último terço, algumas vezes por Cardozo não estar num dia particularmente feliz, e o Braga jogava no erro, procurando pôr a bola em Mossoró e fazê-la chegar rápido ao tridente ofensivo.
Ao intervalo, nenhum treinador mexeu. Mas o jogo melhorou substancialmente.
Logo aos 48 minutos, Cardozo deu para Witsel, o belga não ganhou consciência logo do trajecto que a bola tinha levado, quando se apercebeu sentou Nuno André Coelho e depois rematou rasteiro para defesa de Joaquim. O Braga procurava responder, mas Miguel Vítor mantinha-se (citando Futre): “concentradíssimo”. E o Benfica continuava a procurar o golo – primeiro num cabeceamento de Bruno César e depois num remate de Witsel após excelente trabalho individual de Gaitán.
Até aos 60 minutos, os adeptos iam desesperando com Óscar Cardozo. Honestamente, não foi dos jogos em que o achei mais criticável. É verdade que as coisas lhe estavam a sair mal, estava em dia não, mas pelo menos estava a correr um bocado. É pior quando ele está totalmente apático. Aos 61 minutos, Lima ameaçou o golo, num remate pelo ar, antecipando-se a Luisão. Logo a seguir, Jesus entendeu que este não era o dia de Cardozo. Retirou o paraguaio, o que foi uma opção corajosa pelo peso que ele tem na equipa e pelo nº de golos que tende a marcar em jogos “grandes”, e lançou Nélson Oliveira, entregando o ataque dum jogo decisivo a 2 avançados com uma média de idades de 20 anos. Jesus, e os seus testículos gigantescos. O jogo estava mais partido e foi o Braga a ter um lance de grande perigo – Lima fugiu da marcação de Miguel Vítor (que caiu, lesionado) e cruzou para Mossoró. O médio ofensivo brasileiro frente a frente com Artur cabeceou ao lado da baliza.
Jesus leu bem o jogo, trocou Rodrigo por Nolito, deixando Gaitán no centro atrás de Nélson Oliveira, mas foi o Braga a responder com um golo. Paulo César deixou-se cair junto de Capdevila (houve contacto no braço, mas não sei se suficiente) e João Ferreira assinalou falta. Se eu fosse o Paulo César e tivesse o Hugo Viana na minha equipa também me deixava cair naquela zona do campo. Hugo Viana pegou na bola, bateu o livre tenso e perigoso como ele tão bem sabe, Artur ainda defendeu mas Elderson estava no sítio certo e empatou o jogo.
Com 83 minutos, as coisas pareciam mal paradas para o clube da Luz e o empate tinha um tom de ligeira injustiça. Até ao fim, Joaquim “lesionou-se” e perdeu-se algum tempo.
No Braga grande exibição de Miguel Lopes, impecável a defender e a conseguir dar profundidade no ataque, Custódio esteve impressionante a antecipar-se e a destruir jogadas do Benfica, iniciando os contra-ataques bracarenses nas suas recuperações; Hugo Viana esteve bem, marcando impecavelmente o livre do golo do Braga (se Viana não for ao Euro-2012 é ridículo); Mossoró esteve bem na condução do ataque do Braga, aparecendo nas zonas de perigo, mas a verdade é que teve os 2 lances de maior perigo do Braga e falhou ambos. Temos pena Mossoró. O Mossoró que disse no final do jogo “Nem sempre o melhor ganha” – não sei de que jogo estaria a falar.
Hoje, o Benfica quis ganhar o jogo e fez por isso. E isso é mais importante e o mínimo que um adepto pode pedir sempre. O final do jogo simbolizou o que é o Benfica e quão importante pode ter sido esta vitória. Grande ambiente, grande jogo. E que o Witsel fique mais anos do que é expectável, se faz favor. Com este resultado, o Benfica fica em 2º lugar, a 1 ponto do Porto. O Braga está em 3º, a 2 pontos do líder. A próxima jornada será decisiva para o rumo do campeonato: o Benfica vai a Alvalade e há um grande Braga-Porto. MP
Benfica 2 - 1 Braga
PS: Não nos foi possível ver o jogo Porto-Olhanense e como tal nenhuma crónica fizemos desse jogo. Por razões desportivas, talvez também não nos seja possível acompanhar o Leiria-Sporting.