Revisão: 'Game of Thrones' (5ª Temporada)

Para desgosto de muitos fãs, terminou mais uma temporada de Game of Thrones. Em 2016 saberemos o que dará sequência ao final estontaente, e nós temos uma boa teoria do que se vai passar, que vai ao encontro de alguns fãs dos livros. Curiosos? Avisamos que este artigo contém spoilers de toda a espécie e tamanho!

Garganta Afinada 107

O GA nunca vai de férias, mas dá-vos músicas para levarem para a praia. Nestas 20 temos Agir, Linda Martini, Calum Scott, W-Magic, António Zambujo, Tarq Bowen, Beck, Bear's Den e muito mais

Crítica: Mad Max - Fury Road

O regresso de Max Rockatansky é uma injecção de adrenalina. Um filme graficamente apelativo sobre sobrevivência, vingança e solidão, com personagens femininas dominantes. É entretenimento a mil à hora, e o franchise promete voltar.

Prémios BPF Liga NOS 2014/ 15

Como sempre elegemos os melhores (jogador, jovem, treinador, onze, etc.) do ano. Cá estão eles, com Gaitán, Jonas e Jackson na discussão.

Crónica: Capitão do Meu Futebol

Steven Gerrard despediu-se de Anfield. Este é o meu obrigado ao único ídolo que tive, capaz de me ensinar em campo como devo ser fora dele.

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quarta-feira, 8 de julho de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 20



Filme: One Flew Over the Cuckoo's Nest
Actor: Jack Nicholson

por Miguel Pontares

    Coube ao meu amigo e escritor convidado Daniel Machado escrever sobre a enfermeira Ratched (59), e esta é a vez do seu co-protagonista. 
    O filme Voando sobre um Ninho de Cucos é até hoje um dos únicos 3 filmes que ganhou o Big Five (Filme, Realizador, Actor, Actriz e Argumento) nos óscares, a par de 'It Happened One Night' e 'Silence of the Lambs', o que diz bem do seu valor.

    Randle Patrick "Mac" McMurphy foi criação literária de Ken Kesey, magnificamente transposto para o Cinema pelo actor Jack Nicholson sob a direcção de Miloš Forman. Sou provavelmente suspeito a falar de Nicholson por se tratar, para mim, de um dos melhores actores de sempre, mas este R. P. McMurphy é lendário.
    Rebelde, caótico e completamente anti-sistema, McMurphy é um veterano de guerra que, depois de ser preso por um período de curta duração, decide fazer-se passar por louco para poder cumprir a sua pena num hospital psiquiátrico, onde entende que estará mais confortável e relaxado.
    Quando chega ao hospital psiquiátrico, McMurphy torna-se rapidamente o líder de um grupo de homens perturbados e lunáticos, focados na sua rotina inquebrável, supervisionados e controlados pela humilhante e atroz enfermeira Ratched. Desse grupo fazem parte entre outros o jovem Billy, Martini (Danny DeVito) e "Chief", um nativo americano silencioso. A "guerra" entre McMurphy e Ratched marca todo o filme, com a personagem de Nicholson a trazer um lado caótico para o hospital, mas a conseguir nesse caos dar alguma felicidade, esperança e irreverência ao seu clã. Há vários momentos que ninguém esquecerá, começando pela forma como McMurphy ganha os cigarros a todos, e continuando num daqueles bocadinhos de perfeição do Cinema quando McMurphy convence os seus amigos que estão a ver o World Series. O olhar concentrado do actor, o rosto a avermelhar e aquela loucura capaz de contagiar o menos crente.. só Jack Nicholson.
    Durante o seu período hospitalizado, McMurphy consegue ainda evadir-se com os seus colegas, levando-os de autocarro para irem pescar. E é quando estão no barco que consegue dar-lhes um pouco de normalidade, ar puro e uma distracção saudável. Terapia, verdadeiramente.
    O conflito com Ratched leva-o a ser submetido a terapia electroconvulsiva, e no clímax do filme McMurphy chama ao hospital duas prostitutas com as quais planeia fugir, mas acaba por adiar a sua fuga para que uma dê ao jovem Billy a sua primeira vez. Na manhã seguinte o aparecimento da enfermeira desencadeia o suicídio de Billy, e McMurphy acaba por ser lobomotizado.

    Há poucos momentos do Cinema tão simples mas tão profundos como o fim de 'One Flew Over the Cuckoo's Nest': o gigante, sereno e confidente "Chief" asfixia McMurphy durante o sono, numa espécie de eutanásia, e destrói a janela do hospital da forma que McMurphy antes tentara, tornando-se livre.
    Raiva, revolta efervescente; coragem de dar o primeiro passo, um louco no bom sentido, com cabelo desvairado e olhar de outro planeta. R. P. McMurphy é um dos melhores desempenhos e a melhor personagem de um actor sem igual. E, por favor, alguém que torne real a hipótese de DiCaprio fazer de Jack Nicholson num filme sobre a carreira dele. Como é que um dia vou querer lembrar Jack Nicholson quando um dia nos deixar? Claramente naquele instante em que se ri desalmadamente, num daqueles círculos convocados por Ratched, com o maço de cigarros preso ao ombro na manga da t-shirt. 

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Chelsea, Man. City, Arsenal e Man. United 2015/ 16: Cirurgia em Londres, Natal em Manchester

Há aproximadamente 1 mês passámos os olhos sobre o possível lançamento da temporada de 2015/ 16 nos "3 grandes" do futebol português, e dois dias atrás deixámos a nossa previsão/ sugestão para Tottenham, Liverpool e Southampton, três grandes equipas inglesas que participarão na Liga Europa.
    Como sempre, a projecção destes plantéis visa ser um ponto de equilíbrio entre o que é provável ainda acontecer neste Verão e as contratações que sugeríamos rumo aos objectivos de cada equipa. Todos os plantéis destas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação mas construídos com o conhecimento que temos das equipas e tentando ir ao encontro dos perfis de jogadores que cada equipa precisa, respeitando de certo modo a polícia de contratação/ prospecção de cada emblema no processo de tomada de decisão.
    O campeão Chelsea e os rivais Manchester City, Arsenal e Manchester United prometem um defeso interessante. As exorbitantes receitas da Premier League geram sempre fortes possibilidades de investimento e nomes sonantes associados às equipas das terras de Sua Majestade. Neste Verão de 2015 a postura terá que ser diferente: o Chelsea, sobretudo, e também o Arsenal precisam apenas de contratar de forma cirúrgica. No caso dos blues a revalidação do título é a prioridade mas Mourinho quererá um Chelsea mais próximo do patamar de Barcelona, Bayern e Real Madrid no panorama europeu. O Arsenal de Wenger já garantiu Cech e parece ter finalmente a capacidade de segurar os seus principais jogadores, parecendo estar cada vez mais perto do que é preciso para se intrometer a sério na corrida pelo troféu principal do futebol inglês. Se no caso dos rivais londrinos as contratações devem ser minuciosas, os rivais de Manchester - principalmente o United - deverão acabar por abordar este mercado em força, com várias contratações. Por isso mesmo, haverá cirurgia em Londres, e em Manchester os adeptos terão o Natal antecipado.

Chelsea

  • Guarda-Redes: Thibaut Courtois, Asmir Begovic (Stoke), Jamal Blackman
  • Defesas: Branislav Ivanovic; Gary Cahill, John Terry, Kurt Zouma, Tomas Kaláš; César Azpilicueta, Fábio Coentrão (Real Madrid)
  • Médios: Nemanja Matić, Ruben Loftus-Cheek, Ramires, Césc Fàbregas, Oscar
  • Extremos: Eden Hazard, Willian, Juan Cuadrado, Antoine Griezmann (Atlético Madrid), Bertrand Traoré
  • Avançados: Diego Costa, Radamel Falcao (Mónaco), Aleksandar Mitrović (Anderlecht), Isaiah Brown
   Será mais ou menos consensual que o Chelsea precisa de mexer pouco no seu plantel. Na antevisão de 2014/ 15 considerámos sempre a equipa de Mourinho o principal favorito e o tempo comprovou que ninguém foi tão consistente quanto os blues, tendo Hazard, Diego Costa, Fàbregas, Matic e Terry como algumas das figuras numa equipa que se valorizou pelo seu todo. Desta vez, parece-nos que Mourinho deverá aperfeiçoar o seu plantel com algumas adições de qualidade média-alta, que sirvam de alternativas ao 11, e provavelmente com apenas uma ou duas contratações "bombásticas".
    Entre os postes saiu Cech, com 11 anos de casa, e é provável que o bósnio Begovic seja o seu sucessor. Abramovich e Mourinho poderão apostar num veterano (Green, por exemplo) mas é mais provável que volte a existir um duo de fortes guarda-redes. No entanto, preferíamos ver Begovic a assumir-se como titular de outra equipa. Na defesa não haverá muito a fazer. O Chelsea é a melhor defesa num campeonato onde as defesas não costumam brilhar e por isso, acreditando nós que Filipe Luís será vendido, Fábio Coentrão (um dos poucos bons laterais-esquerdos que não vive uma situação ideal no seu clube) poderia substituí-lo. A imprensa já relacionou também Abdul Rahman Baba e Alex Sandro com o campeão inglês. No centro da defesa o trio Terry, Cahill e Zouma parece chegar e por isso, e uma vez que o jovem dinamarquês Christensen deve ser emprestado, Mourinho tem duas opções: ou contrata um central jovem de elevada qualidade e começa já a preparar a sucessão do capitão John Terry, ou preenche o lote de centrais com um elemento como Kaláš.
    No meio-campo Matić e Fàbregas estão de pedra e cal, Ramires parece estar em vias de renovar, e só Oscar não tem o lugar 100% certo. Em Espanha dão conta de uma proposta do Chelsea de 50 Milhões + Oscar por Paul Pogba, e o médio francês seria o reforço-chave para o Chelsea crescer em termos europeus (um meio-campo com Matić, Pogba e Fàbregas roçava a perfeição). Entendendo nós que é mais provável Pogba comprometer-se com o Barcelona, é possível que Mourinho acabe por contratar outro médio de menor cotação ou apostar em Loftus-Cheek. Para as alas já há Hazard, Willian e Cuadrado, e estamos em crer que Bertrand Traoré (emprestado ao Vitesse em 14/ 15) terá uma oportunidade na pré-época. Ainda assim, Mourinho certamente quererá adicionar um jogador que possa actuar na faixa e atrás do avançado, e que seja garantia de golos: Antoine Griezmann seria o target ideal.
    Na frente há Diego Costa, Radamel Falcao chegará por empréstimo para que Mourinho tente retirar dele o que van Gaal não conseguiu e, para além de um jovem como Isaiah Brown ou Solanke dever integrar o plantel, caso Loïc Rémy saia é muito provável que Mourinho queira um avançado de média reputação: alguém do género de Mitrović ou Enner Valencia, dependendo do perfil que Mourinho entender necessário. A forma como José Mourinho irá gerir a formação do Chelsea nos próximos anos é um ponto de elevado interesse, porque para além dos referidos Loftus-Cheek, Brown, Solanke ou Christensen há ainda nomes como Boga e Musonda.


Manchester City

  • Guarda-Redes: Joe Hart, Willy Caballero, Angus Gunn
  • Defesas: Pablo Zabaleta; Nicolás Otamendi (Valência), Vincent Kompany, Eliaquim Mangala, Martín Demichelis; Aleksandar Kolarov, Gaël Clichy
  • Médios: Fernandinho, Fernando, Charles Aránguiz (Internacional), Fabian Delph (Aston Villa), Yaya Touré
  • Extremos/ Médios Ofensivos: David Silva, Raheem Sterling (Liverpool), Samir Nasri, Isco (Real Madrid)
  • Avançados: Kun Agüero, Wilfried Bony, Stevan Jovetić, Kelechi Iheanacho
    Quando o Manchester City fracassa, o Manchester City investe. A equação tem sido simples nos últimos anos, embora se deva dizer que para além do bom trabalho de Abramovich no Chelsea, o Manchester City e o PSG terão sido na última década os dois "clubes do petróleo" melhor geridos e que têm garantido resultados de forma sustentada. É evidente que o City contratará vários jogadores neste Verão, embora já tenha havido uma surpresa - a permanência de Pellegrini (talvez por Guardiola ter ficado em Munique e tanto Klopp como Ancelotti terem feito uma pausa). Olhando para o plantel dos citizens, a baliza não precisa de reforços, mas na defesa não se pode dizer o mesmo, uma vez que foi um dos sectores mais fracos nesta temporada. No nosso entender, a contratação de um central (Otamendi tem o perfil City) é fundamental, e não seria mal pensado garantir também Darmian, apontado ao Manchester United, um lateral capaz de jogar nos dois lados.
    No meio-campo a permanência de Yaya Touré foi uma excelente notícia e quem conta com David Silva tem sempre garantida criatividade e uma boa ligação com Agüero. Pogba é um dos alvos do City mas parece-nos que a contratação de médios como Aránguiz (compatriota do técnico Pellegrini) e Delph (daria outra qualidade e critério, e não só pulmão, ao sector intermédio recuado) chegariam, podendo depois o clube apostar forte em criativos - Raheem Sterling e Isco. Sterling quer sair do Liverpool e, ficando em Inglaterra, só o conseguimos ver no City; e quanto a Isco seria um reencontro com Pellegrini depois de Málaga. O clube de Manchester parece querer apontar forças para Kevin De Bruyne e, concretizando-se, seria uma das melhores contratações do defeso no futebol europeu.
    Na frente não nos surpreendia que Jovetić e Džeko fossem ambos negociados, e nesse caso até poderia chegar outro avançado. Mas mantendo o avançado montenegrino e claro, Agüero (melhor marcador da Premier League 2014/ 15) e Bony, não era preciso mais. E é preciso ter em conta que o City tem alguns bons valores a aparecer como Iheanacho, Barker, Byrne e Ambrose.


Arsenal

  • Guarda-Redes: Petr Čech (Chelsea), Wojciech Szczęsny, Damián Martínez
  • Defesas: Mathieu Debuchy, Héctor Bellerín; Laurent Koscielny, Gabriel Paulista, Ezequiel Garay (Zenit), Callum Chambers; Abdul Rahman Baba (Augsburg), Kieran Gibbs
  • Médios: William Carvalho (Sporting), Francis Coquelin, Jack Wilshere, Santi Cazorla, Tomáš Rosický, Aaron Ramsey, Alex Oxlade-Chamberlain, Mesut Özil, Dan Crowley
  • Extremos/ Avançados: Alexis Sánchez, Danny Welbeck, Theo Walcott, Olivier Giroud, Karim Benzema (Real Madrid)
    Hoje em dia, lesões aparte, o Arsenal tem um dos melhores conjuntos de médios a nível mundial. A chegada de um trinco e eventualmente de Arturo Vidal elevaria esse sector para um patamar de excelência absoluta. Mas comecemos pela baliza. Petr Čech, uma oportunidade demasiado boa para não se considerar, atravessou Londres e a sua chegada deve precipitar a venda de Ospina (muito bom guarda-redes, embora não um dos melhores do mundo; com mercado no pós-Copa América e a merecer ser titular), ficando o polaco Szczęsny como suplente. Do lado direito da defesa a dificuldade será escolher entre Debuchy e Bellerín, mas no lado esquerdo vender Monreal e contratar Abdul Rahman Baba serviria para que a posição estivesse entregue durante os próximos anos a um jogador de enorme potencial. Jordan Amavi, mais barato e igualmente bom, seria outra opção. No centro da defesa continua a faltar um central especial, que poderia ser Garay, e uma parceria entre o argentino e Koscielny tinha tudo para resultar.
    No meio-campo nuclear já há Coquelin, Wilshere e até Rosicky, com Arteta sem razão de permanecer. E depois há elementos que podem actuar no meio-campo e na ala como Cazorla, Özil, Ramsey e Chamberlain. O que é que falta aqui? Um trinco seguro (William Carvalho) que faça a equipa respirar e caso haja a possibilidade de contratar o chileno Arturo Vidal, Wenger não dirá que não. No Chile dão o negócio como certo, mas caso o Real Madrid se intrometa, é provável que Vidal vista de branco em 2015/ 16. No meio de tanta qualidade é difícil que o miúdo-prodígio Crowley tenha espaço para se mostrar, mas como as lesões são uma constante no Arsenal, nunca se sabe.
    Mantendo-se Alexis, Welbeck (parece até estar a mais), Walcott e Giroud, fica a faltar apenas uma referência ofensiva. Jackson Martínez teria sido a melhor opção em termos de preço/ qualidade mas, caso Rafa Benítez queira fazer de Cristiano Ronaldo o 9 em Madrid, a janela de oportunidade Benzema seria o cenário perfeito. Provável? Não propriamente.


Manchester United

  • Guarda-Redes: Jan Oblak (Atlético Madrid), Victor Valdés, Anders Lindegaard
  • Defesas: Matteo Darmian (Torino), Antonio Valencia; Sergio Ramos (Real Madrid), Chris Smalling, Marcos Rojo, Phil Jones; Daley Blind, Luke Shaw
  • Médios: Morgan Schneiderlin (Southampton), Ander Herrera, Marouanne Fellaini, Michael Carrick, Axel Witsel (Zenit)
  • Extremos: Ángel Di María, Juan Mata, Ashley Young, Memphis Depay (PSV)
  • Avançados: Wayne Rooney, Robin van Persie, Enner Valencia (West Ham)

    Na época passada o Manchester United atacou mal o mercado - chegaram a Old Trafford figuras como Di María, Falcao, Shaw, Ander Herrera, Rojo e Blind, mas ficaram por colmatar lacunas evidentes num plantel mal planeado e demasiado balanceado para o ataque. Assim, passado 1 ano, o United precisará outra vez de atacar o mercado com força mas desta vez com maior objectividade.
    David De Gea e Ángel Di María (ainda acreditamos que o argentino terá segunda oportunidade) são os 2 jogadores com mais mercado dos red devils. É possível que ambos saiam, sobretudo De Gea, e caso o melhor guarda-redes da última Premier League se transfira para o Real Madrid, o United poderá apostar em Valdés ou contratar um novo GR: Lloris e Oblak foram dois dos nomes apontados, e achamos que o esloveno encaixava na perfeição. O nosso eleito sairia sempre de uma lista com Oblak, Lloris, Sommer, Rajković e Scuffet.
    Na defesa continua a faltar um lateral-direito de qualidade e um central que se assuma como o "patrão" do sector. Relativamente ao lado direito há 2 hipóteses de reforço, ambas de qualidade - Matteo Darmian e Seamus Coleman. Se Coleman tem a vantagem de já estar identificado com o campeonato, Darmian será libertado mais facilmente pelo Torino. Seja como for, o United ficará bem servido. No centro da defesa garantir Sergio Ramos (mesmo com várias falhas que tem, seria muito feliz em Inglaterra) deve ser encarado como uma prioridade. Pessoalmente optaríamos mais facilmente por Hummels ou Garay, mas o primeiro parece ficar em Dortmund e o segundo não parece constar da lista de van Gaal. No lado esquerdo da defesa, Blind (que também pode jogar a médio) e Shaw chegam e sobram.
    No miolo havendo Ander Herrera, Fellaini e Carrick, acrescentar a concentração, sentido táctico e conhecimento da liga que Schneiderlin já tem, e a classe/ qualidade de transportar jogo que Axel Witsel tem era tudo o que os quartos classificados da última Premier League precisavam para ajudar a fazer render os seus homens mais adiantados. Para o conjunto de extremos/ avançados já chegou Depay, uma contratação brutal, e embora Gaitán tenha sido muito falado ainda nos parece mais provável vê-lo a sair do Benfica para a Liga BBVA do que para o Manchester United. A permanência ou não de Di María é um dos pontos-chave no planeamento da nova época, e achamos que a opção mais sensata seria dar uma 2.ª vida ao extremo argentino. Saindo, De Bruyne (caro, mas adequado ao esquema de van Gaal) justificava loucuras.
    No ataque já há o capitão Wayne Rooney e van Persie (não é certa a sua continuidade) e, como o final da última época demonstrou, Rooney, embora se possa sacrificar jogando atrás do avançado ou a médio-centro, rende mais como avançado centro. O capitão inglês persegue o recorde de Sir Bobby Charlton e tendo-o a ele e a RVP bastaria ao United apostar num perfil diferente, como o de Enner Valencia, mais solto e rápido. Apenas uma sugestão porque não achamos que o United olhará para Valencia (embora vejamos o equatoriano a dar o salto em Inglaterra), mas sim para um avançado mais sonante e dispendioso.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 21



Filme: Annie Hall
Actriz: Diane Keaton

por Miguel Pontares

    Entre todas as personagens nesta centena, Annie Hall é provavelmente a de mais difícil justificação. E desde já vos digo que é a personagem feminina melhor colocada, seguida de 20 provas do nosso machismo.
    É mentira, não somos machistas. Temos a barba por fazer mas não somos homens das cavernas. Uma personagem feminina, quando bem escrita e interpretada, consegue ser mais cativante e rica do que tantas personagens do sexo oposto. Annie Hall representa duas coisas: a beleza complexa, natural e descontraída, mistura de sonho e insegurança, de uma mulher; sendo a melhor personagem do homem que sabe escrever/ criar como ninguém para actrizes. Woody Allen conseguiu grandes coisas com Mia Farrow, Anjelica Huston, Penelope Cruz ou Cate Blanchett, mas não há musa como Diane Keaton.
    Diane Keaton (cujo verdadeiro nome é Diane Hall) namorou com Woody Allen, e mantendo a amizade pós-relação amorosa, colaboraram em oito filmes entre 1971 e 1993. Annie Hall (o filme, não a personagem) representa a transição de Allen dos filmes só cómicos para algo mais, e esse equilíbrio foi trazido em grande parte por tudo o que Keaton deu ao filme.
     Em 'Annie Hall', Alvy Singer (Woody Allen) é um humorista judeu que se apaixona por Annie Hall. Repleto de reflexões e momentos stand-up do realizador-actor, Alvy tenta perceber ao fim de 1 ano o que falhou na relação com o grande amor que deixou escapar, Annie Hall.
    'Annie Hall' é em certa medida uma espécie de '500 Days of Summer' dos anos 70. Mas tudo em Annie é diferente, especial, com um carisma e charme que fazem dela quase um ideal. Alvy conhece Annie num jogo de ténis de pares, ela aspira a ser cantora, e veste-se como mais ninguém. A luz que ilumina o pessimista, neurótico e preocupado Alvy acaba por aparecer e desaparecer alternadamente, numa relação instável mas mágica, marcada pela química indescritível da dupla. Hoje, de cabeça, só os trios Jennifer Lawrence/ Bradley Cooper, Ethan Hawke/ Julie Delpy e Di Caprio/ Kate Winslet têm algo comparável no grande ecrã.
    Há muita coisa que distingue 'Annie Hall'. A actriz Diane Keaton ganhou um óscar, e o filme venceu ainda Melhor Filme, Melhor Realizador e Argumento Original; mas se há filme em que é difícil mensurar o porquê do sucesso é este. É tudo natural, a personagem que partilha o nome com o filme foi escrita a pensar na actriz, e foi dada a Keaton a tarefa de "vestir" literalmente a personagem como bem entendesse, com um look que veio a marcar a época.

    Annie Hall é a rapariga que chama o ex-namorado em desespero a meio da noite por causa de uma aranha. É a rapariga que, com o seu sentido de humor único, tem uma crise de riso que envolve lagostas, e que tem aquele diálogo com Alvy acompanhado por legendas paralelas (de génio, Allen!). É a rapariga que canta Seems Like Old Times numa cena final que visita toda a relação.
    É aquela que Alvy deixou escapar, mas que ficou para sempre na nossa memória, na memória do Cinema. A este Top ela não foge.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

domingo, 5 de julho de 2015

Revisão: 'Sense8'

Criado por
Andy Wachowski, Lana Wachowski, J. Michael Straczynski

Elenco
Brian J. Smith, Tuppence Middleton, Miguel Ángel Silvestre, Max Riemelt, Tina Desai, Aml Ameen, Doona Bae, Jamie Clayton, Naveen Andrews

Canal: Netflix

Classificação IMDb: 8.4
Avaliação BPF: 14 / 20


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 
A História: 
    Mais uma série original da Netflix. Os irmãos Andy e Lana Wachowski, criadores de The Matrix, juntaram-se a J. Michael Straczynski e criaram um conceito com uma premissa interessante: oito estranhos, espalhados pelo mundo, tornam-se mental e emocionalmente ligados entre si. Esta conexão fá-los partilhar emoções, sensações e conhecimentos. A série, com algo de 'Lost', 'Heroes' e 'Flashforward' e muito de inovador, é um bom projecto de ficção científica (claramente mais próximo do nível do primeiro Matrix do que dos últimos filmes dos irmãos, 'Jupiter Ascending' e 'Cloud Atlas', embora partilhe algumas ideias com o último), e é uma daquelas séries capaz de dividir a audiência. Quem a vê, chega a rever; quem não gosta, não passa dos episódios iniciais.
    A ideia da série é interessante e reserva potencial, com a 1.ª temporada a servir de (deficiente e curta) introdução ao conceito de sensate (nome dado àquilo que as personagens principais são) e principalmente às 8 personagens em si. O elenco é heterogéneo, para explorar diversas culturas, e é constituído por: Riley, uma DJ islandesa que vive em Londres; Will, um polícia de Chicago; Lito, um actor espanhol a viver no México; Nomi, uma transsexual hacker norte-americana; Sun, uma executiva coreana que faz kickboxing; Capheus, um queniano motorista de autocarro; Kala, uma farmacêutica indiana; e Wolfgang, um ladrão alemão.
    Numa série deste género, é fundamental haver algum tempo para assimilar informação e beber vários contextos e histórias individuais. A Netflix deu aos criadores esse espaço, com a primeira temporada a ter uma evolução interessante e a explorar a identidade, a sexualidade e a partilha de privacidade. Para os sensates, como para nós, tudo é novo; e a capacidade de entre-ajuda e ligação (mais forte entre determinados pares das 8 personagens) promove vários bons momentos de televisão.
    Trata-se de uma série que exige que a audiência tenha mente aberta, e ao longo dos 12 episódios cada personagem enfrenta várias dificuldades, enquanto cada um tenta compreender aquilo que se está a passar, e os criadores optaram por manter as histórias sempre paralelas (como em 'Game of Thrones'), não "dedicando" um dos primeiros oito episódios principalmente a um elemento (prática de 'Orange is the New Black' ou 'Skins').
    Ao longo desta season, verificamos que os pares mais próximos são Riley-Will, Kala-Wolfgang, Lito-Nomi e Capheus-Sun, e estas ligações provocam várias cenas emotivas, cómicas, quentes ou simplesmente bem coreografadas. Como não podia deixar de ser, o selo The Wachowskis é garantia de muita acção mas também de uma narrativa inteligente.

    Desta 1.ª temporada destacam-se alguns momentos de luta (as parelhas Sun-Capheus e Wolfgang-Lito em destaque, sobretudo), e vários momentos de partilha cinematograficamente bem conseguidos: o momento em que os 8 cantam 'What's Up' no episódio 4 (se gostarem de 'Sense8' será possivelmente a partir daí) e, numa série gráfica e com nudez, a orgia no episódio 6 acaba por deixar marca. É esquisita, é polémica e provocante, mas é definitivamente arte.
    Se nessa orgia não há nada que pareça estar a mais, o mesmo não se pode dizer de alguns momentos desnecessários (o grafismo dos partos na extraordinária cena em que Riley, e todos os outros, ouvem o concerto do seu pai, e ainda com Riley sozinha no último episódio, era escusado) ou do facto de toda a gente na série falar inglês (com tamanha multiculturalidade seria confuso a constante troca de idiomas, mas assim é pouco real) mas no geral 'Sense8' pode tornar-se um caso interessante, não uma série de topo, mas ainda pode também descambar.
    
A Personagem: Lito Rodriguez (Miguel Ángel Silvestre).
    De certa forma, 'Sense8' consegue dar às 8 personagens um período de contextualização semelhante. Só visitamos o passado de alguns, mas acompanhamos os problemas do quotidiano de cada um em proporção quase idêntica. Will está projectado para ser o "herói", Nomi e Kala precisam de mostrar mais, e Sun (a actriz Doona Bae, sempre com os irmãos Wachowskis) tem muitos momentos badass, mas não está ao nível das 4 personagens mais interessantes: Riley, Capheus, Wolfgang e Lito.
    No caso do alemão Wolfgang, é talvez a personagem com mais potencial, o anti-herói pelo qual somos levados a torcer. Capheus é o mais genuíno dos 8, e Riley parece ser a figura convergente do agrupamento, uma verdadeira personagem - uma DJ islandesa com uma madeixa azul no meio do seu cabelo oxigenado! No entanto Lito Rodriguez, interpretado pelo actor Miguel Ángel Silvestre (talvez dos 8 o único capaz de ambicionar a outros voos) é talvez o maior destaque. Estupidamente poucas vezes uma personagem gay consegue ser tão consensual entre os fãs - Omar Little, The Wire, é uma das excepções - e Lito não é quem tenha a melhor história ao longo da temporada, porque Capheus, Wolfgang e Riley têm um percurso mais cativante, mas destaca-se por si só. Vemo-lo grande parte do tempo a gravar as cenas do seu novo filme e o carismático mentiroso acaba por guardar um segredo durante parte da temporada, beneficiando das 2 boas personagens que o acompanham - Hernando e Daniela.
    O desempate a favor de Lito faz-se também pelas cenas em que participa. Está em todas as grandes cenas do grupo, brilha na sua "troca de conhecimentos" com Wolfgang, contribui de forma cómica, mas também de forma profunda na conversa com Nomi no museu Diego Rivera, ou na forma como se deixa declinar ao som da estrondosa versão alternativa de "Knocking on Heaven's Door".

O Episódio: 12 'I Can't Leave Her'.
    Ao longo da temporada há vários momentos marcantes em vários episódios, mas a finale é o episódio mais consistente. É aquele em que vemos as personagens mais maduras, a abraçar o seu destino e a contribuírem/ entrelaçarem-se de forma mais interligada; e é também o episódio em que temos um flash dos momentos de Riley e Will, e finalmente se percebe de que é que Riley tanto foge. A decisão e o destino de Will, bem como aquela bela reunião dos 8 no barco ao som de Sigur Ros chega para fazer do último episódio o melhor. Não havia melhor plano possível do que aquela reunião ao pôr-do-sol.

O Futuro: 
    Os 3 criadores da série têm, supostamente, todo o argumento da segunda temporada projectado e um plano para 'Sense8' ser uma série de 5 temporadas. A Netflix vai renovar? Muito provavelmente sim.
    A série tem potencial, mas ainda pode ser tudo - uma série ao nível do que o pioneiro 'The Matrix' representou para o Cinema, ou apenas mais uma série que no fim pouco acrescentou como 'Heroes', ou que se perdeu no esquecimento como 'Flashforward'. O conceito é interessante, e os Wachowskis - em parelha com Straczynski - têm cabeça para dar um seguimento esquisito e futurista, mas bom.
    Na segunda temporada terão que ser dadas mais explicações sobre os sensates, Whispers e o seu clã. E numa série tão focada na interligação das personagens, é crucial que a evolução de cada um e a aproximação física do grupo seja bem trabalhada. O segredo de um sucesso futuro passará sempre por "agarrar" o público às personagens e não tanto à ficção científica que rege 'Sense8'. Há demasiadas perguntas por responder, e a maior delas todas é mesmo: que capacidade terão criadores e actores de tornar 'Sense8' um caso sério? Porque não, não é uma certeza.

Tottenham, Liverpool e Southampton 2015/ 16: Investir para Crescer

    Após termos deixado as nossas sugestões sobre os "3 grandes", emigramos para terras de Sua Majestade onde fazemos a nossa análise ao possível plantel dos 3 clubes que se apuraram para a Liga Europa.
    Como sempre, a projecção destes plantéis visa ser um ponto de equilíbrio entre o que é provável ainda acontecer neste Verão e as contratações que sugeríamos rumo aos objectivos de cada equipa. Todos os plantéis destas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação mas construídos com o conhecimento que temos das equipas e tentando ir ao encontro dos perfis de jogadores que cada equipa precisa, respeitando de certo modo a polícia de contratação/ prospecção de cada emblema no processo de tomada de decisão.
    É certo e sabido que a concorrência na Premier League é muita, porém, há um clube que não merece constar abaixo dos 4 primeiros derivado à sua história. Falamos do Liverpool. O clube da cidade dos Beatles é um histórico adormecido e este ano precisa novamente de se reerguer. O título perdido em 2013/14 e a saída de Suárez fizeram-se sentir nesta última época, pelo que o clube necessita de arrumar a casa, no primeiro ano pós-Gerrard. Já o Tottenham tem sido um clube com um elevado investimento em jogadores, mas tem contratado com muito pouco critério pelo que nos foi difícil prever como será o mercado do clube londrino. Ainda assim, espera-se um mercado bem agitado para os comandados de Pochettino. Por fim, iremos passar os olhos pelo clube sensação da última época: Southampton. Os Saints perderão certamente mais algumas pérolas da sua equipa, mas queremos crer que não sofrerá um ataque tão intenso dos tubarões neste defeso. O segredo para novo ano de sucesso passará pela manutenção de grande parte da equipa, colmatando algumas saídas importantes com aquisições também elas de peso.

Tottenham
  • Guarda-Redes: Hugo Lloris, Michel Vorm, Luke McGee
  • Defesas: Kieran Trippier (Burnley), Kyle Walker; Jan Vertonghen, Federico Fazio, Kevin Wimmer (Colónia), Eric Dier; Danny Rose, Ben Davies
  • Médios: Ryan Mason, Nabil Bentaleb, Dele Alli, James McCarthy (Everton), João Moutinho (Mónaco), Christian Eriksen
  • Extremos: Andros Townsend, Nacer Chadli, Erik Lamela, Yannick Bolasie (Crystal Palace)
  • Avançados: Harry Kane, Andriy Yarmolenko (Dínamo Kiev), Saido Berahino (West Brom)
    Começando pelo quinto classificado da época transacta, os Spurs não são propriamente regrados no que toca a contratações. Não há um perfil a ser seguido e essa poderá ser uma das razões do não-sucesso da equipa londrina face ao elevado investimento que faz. E esse factor dificultou-nos um pouco a vida no que toca à previsão/ sugestão de jogadores para reforçar o grupo de Mauricio Pochettino. 
    Na baliza não há necessidade alguma de reforçar o que quer que seja. Lloris é um dos melhores guardiões da actualidade e tem a titularidade facilmente assegurada. E se porventura acontecer algum azar ao guardião francês, Michel Vorm dá a tranquilidade necessária para que a ausência de Lloris não se faça notar. Para terceiro guardião, é provável que fique o jovem Luke McGee.
    No sector defensivo foram asseguradas as contratações de Trippier ao Burnley e de Wimmer ao Colónia. Pelo que não são necessárias mais alterações. Kyle Walker deverá manter a titularidade, a não ser que o clube londrino aposte forte no lateral-direito ex-Burnley. Wimmer tem vindo a crescer no Colónia e vem aumentar a concorrência no eixo defensivo onde já constam o ex-leão Eric Dier, Vertonghen e Federico Fazio. Caso o alegado interesse em Alderweireld se materialize em algo mais, um destes centrais terá que sair. Do lado esquerdo também não há razões para mexer já que tanto Rose como Ben Davies apresentam qualidades suficientes para o sector mais recuado do corredor esquerdo.
    Nós defendemos a ideia que o Tottenham necessita de um jogador mais dinâmico no meio-campo que possa transportar o jogo à já elevada qualidade ofensiva. Só Eriksen não chega e o dinamarquês até se exibe melhor do lado esquerdo do ataque. Assim sendo, sugerimos um investimento em João Moutinho. Um campeonato que assenta na perfeição à qualidade de João Moutinho e que representaria uma automática melhoria no futebol dos Spurs. Faltando algum músculo ao meio campo, sugerimos James McCarthy que até tem sido ligado ao interesse do Tottenham nos últimos dias e também porque está de saída do Everton. Bentaleb e Mason continuariam a ser opções válidas no meio campo, mas nunca poderiam ser peças fulcrais no onze se o clube quer almejar algo mais que a Liga Europa. Dele Alli também pode ficar no plantel já que se destacou bastante ao serviço dos MK Dons na última época. Por fim, Eriksen seria sempre a referência mais ofensiva do meio campo ou então - como referimos anteriormente - jogaria do lado esquerdo do ataque onde costuma render mais.
    Chegando ao ataque é imperial a chegada de um extremo de qualidade inegável. E como a nossa primeira sugestão era o mais recente reforço do Sevilha Konoplyanka, aconselhamos a compra de Yannick Bolasie para se juntar aos restantes Townsend, Chadli e Lamela. Bolasie acrescentaria aquilo que nenhum destes tem em igual proporção - explosão, poder físico e muita técnica. Por fim, há que juntar mais qualidade ao lote de avançados e o clube não criar uma dependência de Harry Kane como teve outrora de Bale. Na nossa opinião chegou o fim da linha para Soldado e Adebayor e está na hora de renovar as restantes opções. Yarmolenko seria uma boa opção para o ataque, dando características diferentes das de Kane, e sendo capaz de actuar tanto como segundo avançado como no flanco; e Berahino vinha renascer o avançado móvel que os Spurs costumavam ter sempre no banco para agitar jogos mais fechados. Uma espécie de Jermain Defoe.

Liverpool

  • Guarda-Redes: Simon Mignolet, Ádám Bogdán (Bolton), Brad Jones
  • Defesas: Nathaniel Clyne (Southampton), Joe Gomez (Charlton); Dejan Lovren, Martin Skrtel, Mamadou Sakho, Kolo Touré; Alberto Moreno, Jon Flanagan
  • Médios: Jordan Henderson, Joe Allen, Emre Can, Jordan Rossiter, James Milner (Manchester City), Coutinho
  • Extremos: Jordon Ibe, Adam Lallana, Harry Wilson, Roberto Firmino (Hoffenheim)
  • Avançados: Daniel Sturridge, Christian Benteke (Aston Villa), Danny Ings (Burnley), Divock Origi
    Chegando à cidade dos Beatles, o Liverpool necessita de limpar a casa e reforçar a equipa (mesmo tendo em conta que gastou milhões e milhões em reforços na época passada). Um ano péssimo para o Liverpool que se ressentiu da perda do título em 2013/14 e que agora começa uma nova era já sem o eterno capitão Steven Gerrard.
    Para a baliza a mais recente contratação foi a do húngaro Ádám Bogdán. O guardião ex-Bolton esteve em grande na Championship e foi a salvação do seu clube na grande maioria dos jogos evitando assim um cenário ainda mais catastrófico para o Bolton. A completar, Mignolet continuará a ser o titular, e Brad Jones fica assim relegado para 3ª opção.
    A defesa necessitava de uma limpeza. E apesar de Kolo Touré ter continuado de vermelho, Glen Johnson lá arredou pé de Anfield Road. Com Manquillo a voltar ao clube de origem, os reds reforçaram-se com o melhor lateral direito da EPL - Nathaniel Clyne - e com a jovem promessa Joe Gomez (capaz de jogar a central e lateral). Lovren e Skrtel devem continuar a ser a dupla de centrais e na esquerda Flanagan poderá ser a opção a seguir a Moreno. Caso a lesão de Flanagan seja para durar, só aí fará sentido atacar o mercado e encontrar uma alternativa económica (o campeão europeu de sub-21, Augustinsson, já foi associado aos reds).
    Perdendo a referência Steven Gerrard, o Liverpool tem em Henderson o novo comandante do meio-campo - de resto, como já tem vindo a mostrar essa sua apetência. Joe Allen e Rossiter poderão ser as segundas opções (e bastante válidas), enquanto que Can deverá deixar definitivamente a posição de lateral direito e surgir onde rende melhor - no centro do terreno. Por fim, tanto a nova contratação James Milner como Coutinho podem ser opções para o meio campo, como também têm qualidade para jogar nas alas, tornando o Liverpool de Rodgers uma equipa flexível em termos tácticos.
    E pelo indicador que acabámos de dar, não é necessária a contratação de mais ninguém para o leque de médios e extremos, mesmo que Lazar Markovic saia do plantel (o que é bastante provável). Assim sendo, Ibe e Lallana continuarão a ser duas das referências atacantes do clube sendo que agora terão a companhia de Roberto Firmino que foi recentemente contratado ao Hoffenheim por um preço exorbitante atendendo ao que o jogador mostrou até agora. O craque brasileiro foi uma das contratações mais caras de um mercado super-inflaccionado mas promete fazer a diferença em Anfield. Sturridge provavelmente perderá o início do campeonato face à sua lesão pelo que o Liverpool necessitará de se reforçar com um avançado que dê garantias. Sendo que a sensação do Burnley e promessa britânica Danny Ings já assinou, mas não tem o poder para ser a referência ofensiva dos reds, sugerimos a compra de Benteke. Tinha meio mundo atrás de si, mas de repente deixou de ter interessados... Um avançado de classe mundial que dá garantias na ausência de Sturridge (coisa que faltou neste último ano). E não é com Balotelli que o Liverpool chega ao Top-4...

Southampton


  • Guarda-Redes: Fraser Forster, Maarten Stekelenburg (Fulham), Paulo Gazzaniga
  • Defesas: Cédric Soares (Sporting), Jason McCarthy; José Fonte, Toby Alderweireld (Atlético Madrid), Maya Yoshida, Florin Gardoș; Ryan Bertrand, Matt Targett
  • Médios: Victor Wanyama, Steven Davis, James Ward-Prowse, Harrison Reed, Jordy Clasie (Feyenoord), Yohan Cabaye (PSG)
  • Extremos: Jay Rodriguez, Dušan Tadić, Eljero Elia (Werder Bremen), Sadio Mané
  • Avançados: Shane Long, Graziano Pellè, Charlie Austin (QPR)
    A equipa de Ronald Koeman foi a sensação - mais uma vez - da última época. Conseguiu garantir a Liga Europa (porque o Aston Villa perdeu a final da Taça de Inglaterra frente ao Arsenal) mesmo depois de ter sido atacado pelos "tubarões" que haviam levado quase todas as suas pérolas. Este ano é inevitável que aconteça o mesmo, mas um ataque não tão violento. É provável que - para além de Clyne - percam aquela que é talvez a pérola mais preciosa actualmente: Morgan Schneiderlin. O francês tem sido fortemente associado a um interesse do Manchester United e a vontade do jogador também é a de dar o devido salto, que é mais que merecido.
    Com Fraser Forster ainda em dúvida para o início do campeonato, os Saints precaveram-se com a contratação de Maarten Stekelenburg ao Fulham. Um dos grandes contras da época transacta foi a falta de qualidade na baliza após a lesão de Forster. Nem Gazzaniga, nem Kelvin Davis tinham a qualidade necessária para este nível de competição.
    No sector mais recuado, para além da aquisição do ex-leão Cédric Soares que vem colmatar a saída de Nathaniel Clyne, os dirigentes do clube deveriam assegurar a manutenção de Toby Alderweireld já que o belga foi uma das peças-chave deste Southampton. De resto, mais nenhum investimento deve ser feito já que Fonte, Yoshida, Gardos, Bertand e os jovens McCarthy e Targett dão conta do serviço.
    Já no centro do terreno é onde deve ser feito o maior investimento, dando uso aos milhões provenientes dos clubes grandes das brutais receitas anuais da Premier. Com Cabaye a querer sair do PSG e a sonhar novamente com um regresso à Premier League, achamos que o francês era o substituto perfeito do seu compatriota Morgan Schneiderlin e vinha dar mais força ao futebol dos Saints. Ajudando a promover a ligação defesa-ataque, Jordy Clasie era uma solução que faria todo o sentido. Um jogador que só aumentaria a qualidade do futebol de Koeman e que o próprio conhece muito bem. Dessa forma, Wanyama daria suporte a Cabaye enquanto que Davis, Ward-Prowse, Reed e Clasie iriam rodar entre si como de resto Koeman fez na última época.
    Para o ataque sugerimos uma manutenção e uma contratação. Eljero Elia veio acrescentar outra dinâmica ao ataque e por isso mesmo achamos que é uma mais-valia nos comandados de Ronald Koeman. Assim sendo, era imperial que o clube assegurasse a sua manutenção quer via empréstimo, quer por compra definitiva, estando já identificado com a cultura do clube, com o que o treinador quer de si e com os seus colegas de equipa. A contratação que falamos é a de Charlie Austin. Perdido na Championship face à descida do QPR, Austin tem que transitar para a EPL de alguma forma. Apesar de acharmos que será um alvo provável dos milhões do Crystal Palace, Newcastle ou de uma equipa de menor valia (Leicester, WBA ou Aston Villa), acreditamos que faria todo o sentido integrar o clube de Ralph Krueger. O matador-nato que traria certamente uma concorrência saudável para Graziano Pellè (que claramente necessita de alguém que ameace o seu lugar para ser mais constante nas suas exibições). Para além de Tadić, Mané e Long serem outras três peças fundamentais, é em Jay Rodriguez que depositamos as nossas esperanças para a nova época. Depois de ter passado uma época praticamente inteira lesionado, está na hora do craque se reerguer e voltar a mostrar o valor que tem. Será certamente um dos melhores reforços para os Saints de Ronald Koeman. Imaginem um ataque com Rodriguez e Mané nos flancos.. Promete!

sábado, 4 de julho de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 22



Filme: Inglourious Basterds
Actor: Christoph Waltz

por Lorena Wildering (Escritora Convidada)

Quentin Tarantino. Só este homem para nos dar uma das melhores personagens que passaram pelo grande ecrã nos últimos tempos: Colonel Hans Landa.
    O filme spaghetti Western-meets Nazis divide-se em cinco partes. Começa em França, já conquistada pela tirania de Hitler, com a crescente tensão que Landa nos faz sentir ao interrogar um agricultor sobre eventuais Judeus escondidos na zona. É um jogo satânico do gato e do rato brilhantemente orquestrado pelo chamado “Caçador de Judeus”. A sua performance é diabólica e, precisamente por isso, deslumbrante. Seguindo a sua estratégia de pensar como um Judeu para saber onde os encontrar, enfeitiça-nos com o seu riso sarcástico, carisma e poliglotismo (Francês, Alemão, Inglês e Italiano, presentes ao longo de todo o filme). A nós e ao Óscar de Melhor Actor Secundário que acabou mesmo por ir parar às mãos de Waltz, em 2010.

    Ao longo do filme vamos revisitando esta personagem e apercebemo-nos de que, ao mesmo tempo que é inteligente, implacável e cruel, é também um oportunista que age por puro interesse próprio. Se no início do filme o vemos vestir verdadeiramente a camisola - uniforme, neste caso - das SS, no final vêmo-lo quebrar o seu juramento a Hitler sem qualquer hesitação. Decide ajudar os Basterds e assassinar a elite do partido Nazi, líder incluído, dentro da sala de cinema da judia Shoshanna, que outrora tinha deixado escapar. Em troca, exige imunidade total pelos seus crimes de guerra, entre vários luxos.
    O seu plano acaba por fracassar quando é punido pelas suas acções pelo tenente Aldo Raine (Brad Pitt), perito em cravar suásticas nas testas dos militares com uma faca, marcando-o como um Nazi para o resto da sua vida. Também o seu au revoir, Shoshanna! inicial vira-se contra toda a SS, acabando ela mesma por deitar abaixo o regime que assolou a Europa no início dos anos 40. A rescrição da História de Tarantino é deliciosa e acredito que todos nós desejássemos que se tivesse passado assim mesmo.

    É em “Sacanas Sem Lei” que muitos passaram a conhecer o austríaco Christoph Waltz. Onde é que este homem andou enfiado estes anos todos, perguntam vocês? Bem escondido no meio de séries de língua germânica, à espera deste seu big break internacional. Desde então que as portas não param de abrir e Waltz é agora um dos nomes mais conhecidos, não só entre actores europeus, mas também em Hollywood em geral. E que lufada de ar fresco que ele trouxe consigo de Áustria. Danke schön.


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Crítica: Inside Out

Realizador: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen
Argumento: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen, Meg LeFauve, Josh Cooley, Amy Poehler, Bill Hader
Elenco: Amy Poehler, Phyllis Smith, Bill Hader, Mindy Kaling, Lewis Black, Richard Kind, Kaitlyn Dias
Classificação IMDb: 8.8
Classificação Barba Por Fazer: 8.1

    Criar algo novo é ao mesmo tempo simples e complexo. Os estúdios da Walt Disney, desde os finais dos anos 30, e os estúdios da Pixar (Toy Story foi o primeiro filme em 1995) sabem disso melhor que ninguém. A complexidade de estruturar um filme de animação passa e muito pela capacidade que o filme tem de ter, sendo bom, de agradar a crianças e adultos. Quando somos miúdos por vezes não enchemos determinados momentos ou palavras de significado, mas desde bem cedo - por via das expressões dos "bonecos" nomeadamente - somos atraídos e educados pelo Cinema. Desde perceber o sofrimento de Simba ao tentar acordar Mufasa, a revelar um fascínio pela transformação do Monstro em príncipe, os filmes de animação procuram despertar emoções. 'Inside Out' (Divertida-mente nas salas portuguesas) é precisamente sobre isso: emoções.
    Aquele que é possivelmente o filme mais inteligente e complexo da Disney/ Pixar até hoje, parte de um princípio criativo e diferenciador: quando nascemos, 5 emoções nascem connosco e controlam a nossa conscîência - a Alegria (Amy Poehler, Carla Garcia na versão portuguesa), a Tristeza (Phyllis Smith, Custódia Gallego), o Medo (Bill Hader, João Baião), a Raiva (Lewis Black, Nuno Pardal) e a Repulsa (Mindy Kaling, Bárbara Lourenço). À medida que crescemos, produzimos memórias, algumas essenciais e capazes de contribuir para a nossa identidade/ personalidade. Em 'Inside Out' tudo corre bem, com a Alegria no controlo das operações e sem que qualquer uma das emoções perceba para que serve a inoportuna Tristeza, até que Riley - a menina cujo cérebro visitamos durante grande parte do filme - muda de casa, do Minnesota para San Francisco, aos 11 anos de idade. No comando das operações, todas as memórias em que a Tristeza toca tornam-se memórias tristes e a grande "trama" do filme desenvolve-se a partir do momento em que Riley percebe as suas memórias essenciais, a Alegria e a Tristeza, ficando entregue apenas às restantes 3 emoções, enquanto a Alegria e a Tristeza se aventuram no subconsciente e na memória de longo prazo para salvar Riley.
    Isto pode parecer e é um exagero, mas se Christopher Nolan tivesse realizado um filme de animação, esse filme seria muito provavelmente 'Inside Out'. Capaz de nos levar numa viagem inteligente e repleta de pormenores subtis e cómicos (os esquecedores, a Sonho Produções, a Imaginolândia e, claro, aquela sequência pós-final de "visitas mentais" sem parar), agradando a todas as idades, e sem medo de "puxar" pelas crianças, numa narrativa instrutiva e na qual as emoções (personagens do filme) acabam por se activar em nós com mestria e sensibilidade.

    No meio da história, que vale cada cêntimo do bilhete, destaca-se uma personagem-extra, Bing Bong (voz de Richard Kind, e de Nuno Markl na versão portuguesa). O outrora amigo imaginário de Riley, misto de elefante, gato e golfinho, acaba por nos brindar com um dos momentos mais tocantes da Animação recente. E 'Inside Out' deve aspirar ao Óscar de Melhor Filme de Animação em 2016, porque é inclusive candidato a melhor filme da Pixar - 'Toy Story' será sempre especial, mas esta viagem à nossa mente não perde em nada para 'Up', 'Ratatouille', 'WALL-E', 'Brave' ou 'Finding Nemo'.
    Acompanhado pela mais-uma-vez-brilhante banda sonora de Michael Giacchino, o filme tem um conceito extraordinariamente bem explorado e acaba por ser o filme mais adulto da Pixar. É uma lição, para miúdos e graúdos, sobre quem e como somos: perto do fim vemos a "consola" das emoções amplificada para que todas possam trabalhar em conjunto, tal como é brilhante o momento em que essa mesma consola começa a perder cor, no momento em que Riley parece estar a entrar em depressão. Genial da parte de Pete Docter e da sua equipa a forma como nos fazem percepcionar depressão como o não sentir nada, a ausência de emoções, e não abundante Tristeza; tal como também é interessante ver a emoção-chefe na mente do pai e da mãe de Riley.

    Aquele derradeiro "Ela tem 12 anos, afinal o que é que agora pode correr mal?!" deixa claramente em aberto a possibilidade de uma sequela, mas num caso como este até talvez o mais sensato fosse preservar a beleza criativa da versão original e deixá-la única, eterna e intocável. Embora a própria Pixar já nos tenha demonstrado que voltar a explorar algo excelente pode resultar ('Toy Story 3').
    'Inside Out' é um daqueles poucos filmes de animação cujo valor será intemporal e viver durante gerações, é muito provavelmente o filme da Pixar que mais diferença fará revê-lo mais tarde se o virmos pela 1.ª vez em crianças; e, para além de merecer o óscar na sua categoria, não seria surpreendente vê-lo a concorrer em categorias como Melhor Argumento Original, Melhor Filme ou Melhor Banda Sonora Original.

    Julgo que, para o orgulho de Pete Docter, Richard Kind, Nuno Markl e Bing Bong, todos nós já fomos até à Lua com este filme. E a Riley também há-de lá chegar.